quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

"As experiências do passado são formativas"


Para falar sobre o uso da memória, tomo como ponta de partida as palavras de Maurice Halbwachs 1998: “Lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir com imagens e ideias de hoje as experiências do passado”.  Neste perspectiva, neste exato momento que escrevo, me vêm a lembrança o que foi discutido em aula, e a fala do Prof.º Mácio “registre no blog o que ficou  sobre o uso da memória”;  não fiz registro escrito do que foi apresentado em sala, mas recordo-me que as discussões do dia permearam em meio a teorias sobre narrativas autobiográficas, formação de professores e transformação de si a partir de histórias de vida.
Em meio a algumas explanações, ficou registrado que  a memória é uma ferramenta importante para construção dos saberes docentes, visto que, oferece reconstrução de  novos significados, de novos  saberes, permitindo  reconstruir  novas reflexões e novos atos que enriquecem a formação docente. 
É interessante saber que a memória pode ser um fio condutor para novas práticas, que podemos fazer uso delas para articular nossas vivências, significando os conhecimentos que adquirimos ou que muitas vezes deixamos de adquirir, num intuito de construir uma experiência formativa, onde as lembranças ofereçam a oportunidade de reflexão, ajustando os novos conhecimentos aos ideias do presente.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

"As narrações centradas sobre a formação durante a vida ..."Marie Cristine Josso


“A organização e a construção da narrativa de si implicam colocar o sujeito em contato com suas experiências formadoras, as quais são perspectivadas a partir daquilo que cada um viveu e vive, das simbolizações e subjetivações construídas ao longo da vida”. (JOSSO, 2004). Tomando como base as palavras de Josso, trabalhar as questões identitárias, expressões de nossa existencialidade, através da análise e da interpretação de narrativas de vida escrita, permite-nos evidenciar a pluralidade, a fragilidade e a mudança de nossas identidades ao longo da vida, nesse sentido, o ato de aprender está entrelaçado no ato de pesquisar, ela descreve o percurso da aprendizagem em três fases: iniciação, integração e subordinação. Partindo das palavras da autora, acredito que as narrações centradas em nossa formação ao longo da vida, revelam formas e ampliam nosso modo de agir, de atuar, contribui para ressignificarmos a prática educativa, e é um elo significativo para promovermos uma educação transformadora. Entendo as inúmeras experiências como parte integrante do  processo de aprendizagem, sendo a formação  uma imersão consciente em nossa própria experiência. Devemos assumir uma postura investigativa, possibilitando a reflexão durante todo o processo para reconfigurarmos o contexto educativo.

 JOSSO, Marie Cristine. As narrações centradas sobre a formação durante a vida como desvelamento das formas e sentidos múltiplos de uma existencialidade singular-plural. Revista da FAEEBA: Educação e contemporaneidade /Salvador: UNEB, 1992.


sábado, 1 de dezembro de 2012

Vivência Formativa...


Construindo Nossa Colcha de Retalhos

No dia 05 de novembro, o Professor Mácio realizou uma oficina para que construíssemos nossa colcha de retalhos. Cada discente pôde colocar em forma de desenho uma memória da infância. A aula foi bem significativa, é interessante perceber como a experiência nos transporta para um outro tempo...Os desenhos foram feitos individualmente, mas por conta do uso dos materiais (tintas e pincéis) acabou formando alguns grupos, em torno destes, pudemos perceber nas conversas que  algumas brincadeiras específicas da infância se fizerem presentes nos relatos, no entanto, a experiência, a significação ocorreu de maneira desigual para cada um dos colegas. Esta e outras descobertas que a aula possibilitou, me remete a pensar que  nós somos “feitos” e construtores de inúmeras histórias e para que elas não sejam perdidas ao passar dos anos, devemos fazer uso de nossas memórias. 


Leitura de Imagem



Discussão sobre leitura de imagem a resistência da memória;

A temática abordada na aula do professor Mácio, foi a partir da obra de arte de Salvador Dalí (Persistência da Memória).
O nosso olhar foi direcionado a uma contemplação da obra, procurando traçar o que ela nos diz, o que transmite. Tendo em vista as singularidades de cada um dos discentes na sala de aula, houve  diferentes olhares. Analisando a obra como um todo, ela me remete a cronologia do tempo; esse tempo que não para, que se escorre ao longo da vida, mas que também possibilita um tempo de espera; tempo de procura; tempo de encontros, de desencontros; tempo de chegada e de partida; Essa analogia cronológica nos direciona às várias memórias de uma vida em construção.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Estabelecendo Relação :Filme Colcha de Retalhos / Texto - O eu, o outro e as diferenças individuais e culturais .




O filme colcha de retalhos evidencia histórias de vida que expõe características peculiares de várias mulheres. Os diversos relatos, nos permitem compreender o universo feminino por uma ótica interior, pessoal, madura, visto que, os relatos envolvem mulheres, já senhoras. Estas costureiras se reúnem para  a construção de uma colcha de O filme colcha de retalhos evidencia histórias de vida que expõe características peculiares de várias mulheres. Os diversos relatos, nos permitem compreender o universo feminino por uma ótica interior, pessoal, madura, visto que, os relatos envolvem mulheres, já senhoras. Estas costureiras se reúnem para  a construção de uma colcha de retalhos, o objeto é feito  como presente de casamento, e talvez por isso, as mulheres estabelecem relação com as suas vivências e dramas pessoais que fazem parte do universo humano. Analisando estes aspectos do filme com o texto - O eu, o outro e as diferenças individuais e culturais ( Elizeu Clementino de Souza ), nota-se que as histórias de vida são tecidas na relação com o outro, numa perspectiva  elaborativa que oportuniza funções de ressignificação.  Segundo Silva (1999), “a identidade está ligada a estruturas discursivas e narrativas. A identidade está ligada a sistemas de representação”. Nesse sentido, as memórias demonstram sentimentos, trajetórias de vidas, identidades, são processos formativos que possibilitam a construção de uma formação pessoal e profissional, que se entrelaçam numa relação de transformação, embasadas em emoções e saberes diversificados que integram nossa formação.


REFERÊNCIAS:
MOORHOUSE, Jocelyn. Colcha de Retalhos. EUA, 1995.

SOUZA, Elizeu Clementino. O eu, o outro e as diferenças individuais e culturais. In Espaços de encontro: Corporeidade e ConhecimentoMinistério da Educação. Boletim 7, maio 2005.

domingo, 30 de setembro de 2012

Abordagens (Auto) Biográficas e a Formação de Professores


Abordagens (auto)biográficas

O que cada um viveu vai resignificar na sua vida e isso é formativo. As histórias de vida contribuem para auto-formação e nos permite entender esses processos formativos, elas estabelecem uma mediação para a formação. Nesse sentido, concordo com a afirmação de Santos (2000) de que “todo conhecimento é autoconhecimento”. Os  conhecimentos que acumulamos, nos permitem desenvolver competências e aprendizagens. A auto-formação (passado-presente-futuro) estabelecem conexões informativas, nossas memórias compõe essa formação. De acordo com  Gaston Pineau (2006), uma docência epistemologicamente transdisciplinar é construída mediante articulação competente numa teoria tripolar  que inclui a autoformação, heteroformação e ecoformação, mas  nenhum dos pólos deve ser priorizado em detrimento do outro. “A autoformação é a apropriação do sujeito de sua própria formação. [...] o termo heteroformação designa o pólo social de formação, os outros que se apropriam da ação educativo-formativa da pessoa. O termo ecoformação é a dimensão formativa do meio ambiente material, que é mais discreta e silenciosa do que as outras”. Nesta perspectiva a autoformação  permite a autonomização educativa, cada um é responsável pela apropriação e pelo próprio poder de formação. Diante disso, acredito que o professor deve ter  consciência das implicações de sua maneira de observar e compreender a realidade e as metodologias e histórias que compõe sua prática formativa, atuando de maneira  reflexiva para que ocorra uma aprendizagem que evidencie mais o ser e o papel de docente.


REFERÊNCIAS:
PINEAU, Gaston. A autoFormação no decurso da vida.
BRAGANÇA, Inês Ferreira de Souza. Sobre o conceito de formação na abordagem (auto)biográfica. 

sábado, 22 de setembro de 2012

Memória da infância...





...AS FESTAS DA ESCOLA
               Por vezes, chorava, reclamava ou inventava alguma dor para não ir às festas da escola. Não gostava de me expor, muito menos de usar alegorias em prol de algo  desconhecido, que não oferecia significado para o universo infantil que eu representava. Exponho dessa forma, porque não consigo obter lembranças do que aprendi na época festiva da escola quando era criança, as fotos apresentadas mostram minha “animação” em participar desses momentos, talvez por não saber o real motivo que essas festas acontecessem elas não eram  interessantes, nem tão pouco prazerosas.
               Hoje entendo que essas festas ( são joão, desfile de sete de setembro, entre outras), fazem parte da cultura na qual estamos inseridos e refletem valores sociais e históricos importantes para construção de aprendizagens  que contribuirá para formação do indivíduo, mas isso só vai ocorrer se houver uma constante interação, proporcionando aprendizado através das experiências vividas, das brincadeiras, dos jogos, das festas, dos procedimentos e atitudes do educador. Se esta prática estiver articulada com situações comunicativas onde a criança se sinta “livre” para expressar, pode-se construir elos significativos para o aprendizado e consequente para o desenvolvimento dos conhecimentos sociais e culturais.
             O papel fundamental do educador, sobretudo da educação infantil, consiste na  estruturação completa na maneira de pensar e organizar as práticas educativas, reconhecendo que os sujeitos são singulares, sendo assim não devemos trabalhar do mesmo modo com todos, admito que reconhecer essas especificidades é um desafio, mas esse olhar atento pode possibilitar melhorias na aprendizagem das crianças.
            A infância emerge como uma importante dimensão da construção social, dessa forma, para oferecer aprendizado significativo às crianças, devemos instigá-las  a observar, levantar hipóteses, expressar-se. É necessário conhecer os diversos contextos estruturados com assuntos relevantes para o mundo delas, afim de oportunizar maior integração e uma aprendizagem mais lúdica. Termino com as sábias palavras de Paulo Freire, “Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante”!.